Covid-19: durante a presidência de Jair Bolsonaro, o governo brasileiro adotou uma abordagem específica em relação ao tratamento de COVID-19, que incluiu a promoção e aquisição de medicamentos controversos. Abaixo está uma análise detalhada das medidas tomadas durante seu governo, seguidas das recomendações atuais de tratamento para COVID-19.
Medicamentos Promovidos e Comprados Durante a Gestão Bolsonaro
- Hidroxicloroquina
- Março de 2020 – O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta: O governo brasileiro começou a recomendar o uso de hidroxicloroquina para tratamento de COVID-19. Apesar das controvérsias e da falta de evidências robustas sobre sua eficácia, a medicação foi amplamente promovida pelo presidente Bolsonaro e outras autoridades.
- Junho de 2020: A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o uso da hidroxicloroquina em pacientes com COVID-19, baseando-se em diretrizes provisórias na época.
- Ivermectina
- Abril de 2020: Anvisa retem recitas: A ivermectina foi promovida como uma opção de tratamento para COVID-19, embora sua eficácia não tenha sido comprovada de forma conclusiva.
- Junho de 2020: A ivermectina foi incluída nas orientações de tratamento de algumas autoridades de saúde brasileiras, refletindo o apoio do governo a medicamentos sem evidências científicas sólidas.
- Azitromicina
- Abril de 2020: A azitromicina foi recomendada como parte de um tratamento combinado com hidroxicloroquina. A eficácia dessa combinação foi questionada e não foi robustamente comprovada.
- Paxlovid (Nirmatrelvir/Ritonavir)
- Dezembro de 2021: Durante a gestão de Bolsonaro, o Paxlovid, um antiviral eficaz para tratamento precoce de COVID-19, foi aprovado e incorporado às diretrizes de tratamento no Brasil.
- Molnupiravir (Lagevrio)
- Dezembro de 2021: O Molnupiravir, outro antiviral para tratamento precoce de COVID-19, recebeu aprovação e começou a ser disponível no Brasil. Sua introdução seguiu a gestão de Bolsonaro.
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Comparação com as Recomendações Atuais do CDC
De acordo com o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, as recomendações para o tratamento de COVID-19 evoluíram ao longo do tempo com base em evidências científicas:
Tratamento Precoce
- Medicamentos Atuais comprados durante a gestão Bolsonaro: O CDC recomenda o uso de antivirais como Paxlovid e Molnupiravir para tratamento precoce de COVID-19. Esses medicamentos têm mostrado eficácia em reduzir o risco de hospitalização e morte, especialmente se iniciados dentro de 5 a 7 dias após o início dos sintomas.
É importante destacar que, durante o período em que as evidências sobre esses antivirais estavam emergindo, o governo Bolsonaro fez esforços significativos para implementar tratamentos precoces no Brasil. Bolsonaro e sua administração procuraram antecipar-se ao conhecimento científico global e pressionaram para a rápida introdução de tratamentos que pudessem potencialmente salvar vidas. Embora as evidências sobre a eficácia desses medicamentos ainda estivessem se desenvolvendo, o governo Bolsonaro acreditava que a adoção de tratamentos precoces poderia ter um impacto significativo na redução de mortes no Brasil.
Tratamentos Desaprovados
- Hidroxicloroquina e Ivermectina: O CDC e outras organizações internacionais não recomendam o uso de hidroxicloroquina e ivermectina para tratamento de COVID-19, devido à falta de evidências robustas de eficácia e preocupações com efeitos adversos. No entanto, o governo Bolsonaro promoveu o uso desses medicamentos, acreditando que a adoção precoce poderia ajudar a conter a pandemia e salvar vidas, mesmo que as evidências científicas não fossem conclusivas na época.
- Tratamento Precoce
- Medicamentos Atuais: O CDC recomenda o uso de antivirais como Paxlovid e Molnupiravir para tratamento precoce de COVID-19. Esses medicamentos têm mostrado eficácia em reduzir o risco de hospitalização e morte, especialmente se iniciados dentro de 5 a 7 dias após o início dos sintomas.
- Tratamentos Desaprovados
- Hidroxicloroquina e Ivermectina: O CDC e outras organizações internacionais não recomendam o uso de hidroxicloroquina e ivermectina para tratamento de COVID-19, devido à falta de evidências robustas de eficácia e preocupações com efeitos adversos.
Impacto
Durante o governo de Jair Bolsonaro, a promoção de hidroxicloroquina e ivermectina foi uma abordagem distintiva que refletiu uma linha de tratamento diferente das diretrizes científicas predominantes. Essas decisões foram baseadas em diretrizes emergenciais e pressão política, sem evidências robustas para suportar a eficácia desses medicamentos.
Com a evolução da pandemia e o avanço da ciência, as recomendações de tratamento se ajustaram para incluir antivirais com eficácia comprovada, como o Paxlovid e o Molnupiravir, que passaram a ser as principais opções para tratamento precoce.
Conclusão a gestão Bolsonaro na COVID-19
A gestão de Jair Bolsonaro promoveu e adquiriu medicamentos para COVID-19 que incluíam tanto opções controversas como a hidroxicloroquina e a ivermectina quanto os antivirais que foram aprovados posteriormente. As recomendações atuais refletem uma abordagem baseada em evidências mais robustas, com foco em medicamentos antivirais comprovadamente eficazes para tratar e prevenir a progressão da doença.
Links para estudo:
- Veja aqui estudos da USP sobre tratamento precoce: “Tratamento precoce” e “kit covid”: a lamentável história do combate à pandemia no Brasil
- Drauzio Varella: Tratamento precoce
-
Conselho Nacional de Saúde: CNS pede que Ministério da Saúde retire publicações sobre tratamento precoce para Covid-19
Médicos participaram do encontro “Brasil Vencendo a COVID-19”, no Palácio do Planalto: Tratamento precoce contra Covid-19 é defendido por médicos para aumentar chance de cura
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